27 setembro 2005
CABARET VOLTAIRE
Hoje é um dia especial, só pode ser, encontrar esta pérola assim, caídinha no meu computador não é todos os dias.
Para ouvir alto e de olhos fechados. CABARET VOLTAIRE numa versão estúdio de Dead man´s shoes.
Fabuloso.
19 setembro 2005
Charutos
Por vezes um charuto, é apenas um charuto.
Sigmund Freud
A força de um charuto não é proporcional ao seu diâmetro mas sim o seu inverso. O tamanho não é sinónimo de potência nem de sabor.
Os charutos maiores permitem uma maior diversidade e complexidade aromática.
15 setembro 2005
Reserva de quê?
(Quem nunca viu estes barcos para trás e para a frente?)
Foi notícia ontem a manifestação dos pescadores de Sesimbra contra a futura área protegida que os irá impedir de pescar nas águas baixas junto a terra.
Durante anos vi aquela costa a ser rapada por barcos de arrasto que destruíram não só as espécies como o seu habitat. Diz quem sabe que mergulhar naquelas águas é como andar no deserto, nada existe, não há uma pedra fora da areia, não há tufo de vegetação.
Agora pretende-se proibir a pesca à linha, a simples pesca à linha.
É já um clássico, ser português é assim. Até à destruição total em proveito de alguns, os armadores neste caso, tudo é permitido, quando já nada se pode remediar é tradição aparecer um iluminado que resolve proibir e nessa altura vai tudo a eito.
Somos uns radicais, da total impunidade passamos para soluções extremistas com toda a facilidade, para tal só é necessário não haver interesses económicos em jogo, é quanto basta. Que se lixe o pescador que no seu barquito apanha meia dúzia de quilos de choco por dia, a bem de todos vamos passar a costa de Sesimbra a reserva natural.
Agora? Mas reserva de quê?
13 setembro 2005
Lobotomias
Ser português não é fácil todos nós sabemos e de que maneira.
Gozar desalmadamente com as condecorações que o sr. Presidente vai distribuindo a torto e a direito é uma afronta. Leia-se com prazer.
Para acabar com o nosso orgulho da comenda nada melhor do que um movimento cívico, creio que se desenvolve nos estados unidos da américa do norte, de sacar ao prémio Nobel ao nosso grande Egas Moniz. Então o homem, o famoso pica miolos, não deu um grande passo em direcção ao futuro quando iniciou as suas famosas operações de martelo e broca em punho? O homem foi um visionário, uma alma generosa. Os resultados estão à vista, sem o Egas não teriamos o previlégio de assitir aos disparates do grande Bush. Ao que parece ficou assim mais pró calmo depois da operação, o homem era considerado um caso perdido. Não me desmintam, eu vi o buraco que o gajo tem sobre a orelha esquerda.
Oferta de emprego
EMPREGADA DOMÉSTICA
Empregada doméstica precisa-se
Local de trabalho: Aveiro centro
Contactar o patrão ou a patroa através de email.
Contactar o patrão ou a patroa através de email.
Pagamos o justo valor do seu trabalho.
Isto não é brincadeira, é mesmo a sério ou seja se souberem de alguém que reúna as condições, façam a caridade de nos dar o contacto, a gerência agradece e de que maneira.
07 setembro 2005
Best of Camarinha
Eu não resisto e o mundo merece rir um bocado, mais ainda depois das últimas desgraças.
É só carregar no link gentilmente cedido pela Inha, Camarinha no seu melhor.
Quem é amigo quem é?
01 setembro 2005
Olhar e não ver
Almocei num tasco a que se pode mesmo chamar tasco lá para os lados da Murtosa. Barulho, confusão o habitual nestes locais de culto.
Famílias completas a falar uma espécie de portinglês eram pelo menos duas, mais umas tantas senhoras de avental pequenino, daqueles para onde as feirantes atiram as notas, trolhas e afins e mais uns engravatados completamente deslocados completavam o lote.
Entro e sento-me na mesa ao lado de um casal com um filho. Ritual do costume, o que há para comer o que bebe, normal.
Iniciada a batalha na mesa do lado, era uma verdadeira batalha, era comer o franguito com as mãos beber pela garrafa atirar caroços de azeitonas para o ar uma animação. A criança era a pior, desde bocados de carne a voar, mastigados e não mastigados, a um berreiro do piorio, utilização dos talheres para treinos de percussão valia tudo. A mãe com uma ar muito pachorrento diz qualquer coisa ao miúdo, que eu não ouvi, o que lhe desperta todo a raiva até aí contida, é então que me passa ao lado do braço esquerdo uma faca que aterra ruidosamente sobre o pé de uma senhora de aventalinho que retribui logo com um, ai o caralho.
Estava armada a confusão, a solução era nem olhar para não ver. Aguento heroicamente e peço o café.
O pai do miúdo sai da mesa com ar de quem vai pagar como se não conhecesse ninguem. Mais berraria do rebento que entretanto diz qualquer coisa à mãe, o que lhe dá direito a um valente estaladão na cara, foi de imediato, tudo o que restava em cima da mesa voa para o chão. São uns quarenta olhos sobre a criança que dispara tudo em todas as direcções, cada um desvia-se como pode.
Puxado por um braço lá vai arrastado pela mãe, sempre a gritar e a espernear, aparece o pai e ouve-se bem alto:
-Ai o que foi?
-Respondeu-me, diz a mãe.
O pai com um ar indignado pega no puto ao colo e diz-lhe muito sério:
-Deixó menino que não faz mali.
Minutos depois de sairem aparece a empregada, olha em volta e pergunta com ar triste:
-Os ciganos foram-se embora? E não pagaram?
Nestas alturas o melhor é olhar e não ver nada, mas será só nestas mesmo?
|
Famílias completas a falar uma espécie de portinglês eram pelo menos duas, mais umas tantas senhoras de avental pequenino, daqueles para onde as feirantes atiram as notas, trolhas e afins e mais uns engravatados completamente deslocados completavam o lote.
Entro e sento-me na mesa ao lado de um casal com um filho. Ritual do costume, o que há para comer o que bebe, normal.
Iniciada a batalha na mesa do lado, era uma verdadeira batalha, era comer o franguito com as mãos beber pela garrafa atirar caroços de azeitonas para o ar uma animação. A criança era a pior, desde bocados de carne a voar, mastigados e não mastigados, a um berreiro do piorio, utilização dos talheres para treinos de percussão valia tudo. A mãe com uma ar muito pachorrento diz qualquer coisa ao miúdo, que eu não ouvi, o que lhe desperta todo a raiva até aí contida, é então que me passa ao lado do braço esquerdo uma faca que aterra ruidosamente sobre o pé de uma senhora de aventalinho que retribui logo com um, ai o caralho.
Estava armada a confusão, a solução era nem olhar para não ver. Aguento heroicamente e peço o café.
O pai do miúdo sai da mesa com ar de quem vai pagar como se não conhecesse ninguem. Mais berraria do rebento que entretanto diz qualquer coisa à mãe, o que lhe dá direito a um valente estaladão na cara, foi de imediato, tudo o que restava em cima da mesa voa para o chão. São uns quarenta olhos sobre a criança que dispara tudo em todas as direcções, cada um desvia-se como pode.
Puxado por um braço lá vai arrastado pela mãe, sempre a gritar e a espernear, aparece o pai e ouve-se bem alto:
-Ai o que foi?
-Respondeu-me, diz a mãe.
O pai com um ar indignado pega no puto ao colo e diz-lhe muito sério:
-Deixó menino que não faz mali.
Minutos depois de sairem aparece a empregada, olha em volta e pergunta com ar triste:
-Os ciganos foram-se embora? E não pagaram?
Nestas alturas o melhor é olhar e não ver nada, mas será só nestas mesmo?