R P M (revoluções por minuto)

Foi um bom ano o 2004.
Espero que o 2005 ainda seja melhor, muito melhor.
Sejam felizes.

Em nome da melhoria da execução orçamental de 2004 as baixas médicas e os subsídios de desemprego que deveriam chegar aos beneficiários entre os dias 27 e 29 deste mês são chutados para data incerta de Janeiro de 2005.
Esta é a politica social do senhor ministro que vai muito à missa e como cristão tanto se preocupa com os seus irmãos.
Doentes e desempregados comam merda que o sr. ministro reza por vós.

Foi bem escolhida a data de publicação desta conversa com o bispo Manuel Martins, o vermelho.
Fica um bocadinho da entrevista, podem ler tudo aqui.

Nunca a Igreja abandonou o seu papel?
– Com o andar dos tempos, importa-se mais com o culto, com o que se passa no interior dos templos: a oração, as procissões, as peregrinações, etc. Olha mais para isto do que para os problemas dos homens, e esqueceu-se que os problemas dos humanos faziam e fazem parte do seu terreno principal.
O Marxismo cuidou o que a Igreja tinha ignorado?
– Marx, que vinha de uma civilização cristã, conseguiu o que a Igreja não conseguia: mandou o povo lutar, vir para a rua, gritar pelos valores humanos e mexer com o poder. O princípio da filosofia política é simples: o poder só se incomoda quando é incomodado, se tudo estiver quieto, ele fica contente.
‘A Religião é o ópio do Povo’, fica aonde?
– Esta frase é lógica. A Igreja, em vez de saltar para praça pública e de defender as pessoas, não fez. Fez o Marx. A reacção normal da Igreja, todavia não está toda superada. Prefere aconselhar à resignação. Ainda hoje, numa desgraça, diz-se: "Tenha paciência, Nosso Senhor é seu amigo Nosso Senhor quis assim .". Num Nosso Senhor que quis assim eu não acredito! Uma pessoa tem uma doença numa perna, fica sem poder andar e eu dizia: "Tenha paciência foi Deus que quis!" Ou, na morte de um jovem, eu confortaria a mãe:"Tenha paciência, Deus quis assim, Deus é que sabe ." Se eu dissesse isto, seria a maior ofensa que podia fazer a Deus. Deus, como disse o Papa João Paulo I, é a nossa mãe e uma mãe só quer o nosso bem.
– Setúbal não se cansa de o homenagear. Uma escola com o seu nome, uma estátua, livros que foram publicados sobre a sua pessoa
– Já fizeram coisas de mais. Até tenho vergonha. Como é possível? Tantas honras, e não me revejo em nada. Pergunto-me que modéstia é esta? Não sei explicar. Eu não me sinto em nada daquilo. Deus é minha testemunha.
Porque é conhecido por ‘Bispo Vermelho’?
D.M.M. – Isso já é velho Deve ser por advogar o povo. O Papa João XXIII também foi considerado comunista por ter provocado um Concílio que tratava de questões sociais. No tempo do Manifesto de Marx, Leão XIII, esse fantástico Papa que tirou a Igreja da sacristia e a projectou na vida, publicou a Rerum Novarum, uma Encíclica notável sobre a condição operária, a relação entre trabalho e capital, patrão e empregado, e que aludia às ‘novidades’ da época; a revolução Industrial que fez que o mundo parado se mexesse, que o povo cão fosse para as cidades, onde foram instaladas as fábricas, e que originaram os bairros da miséria. Este Papa que originou a Doutrina Social da Igreja, igualmente, não se livrou da fama de ser comunista!

Ainda não se sabe porque se afastou, ou foi afastado. Temos a versão oficial.

Ó para nós a ir de férias.
Bom Natal para todos.

(não é parecido com o nosso ministro?)


Ou há moral ou comem todos, esta frase já é velha mas continua actual como reflexo de imparcialidade e honestidade.
Se havia algumas dúvidas quanto à honestidade de determinadas medidas do governo elas mais uma vez caíram.
As autoestradas SCUT não podem ser suportadas pelo estado, aqui o governo que é o pagador indirecto diz não, quem utiliza tem de pagar. Esta teoria é suportada por Bagão Félix, sem mais comentários.
Os MPV vão passar a pagar classe 1 nas portagens, o valor que a Brisa e as outras que tais vão perder de imediato vai ser reflectido a curto prazo num aumento geral do preço da já referida classe. Aqui quem não tem MPV vai pagar.
Porque será que há duas formas de ver o mesmo? Não se pode pagar as SCUT por uma questão moral, quem utiliza paga, vamos todos pagar para os MPV? Então senhor ministro onde anda essa moral? A tal, a moral cristã de que tanto fala.

O Solstício de Inverno é hoje.
Dias maiores e melhores já estão a caminho.

Sempre com o nosso espírito e agora mais que no Natal a coisa fica pior, pretendemos dar uma ajuda a todos vós que se debatem com as dúvidas de quem quer dar uma prenda a estes bloguistas, ao RPM e à Farinhamparo, e anda às aranhas.
Esta é uma seleção de prendas de A a Z que não se devem oferecer, por várias razões, pelo menos na opinião das escribas da revista Presente!, é assim mesmo.
Nós achamos uma injustiça privar alguém de todas estas maravilhas, além de que se reduz drásticamente as hipóteses de escolha. Assim, nós não nos importamos de ser presenteados com as ditas, mais, até dizemos o que fazemos com elas.
Obrigado revista Presente!, sem ti não sei o que seria das nossas vidas.
Aqui fica a lista.

Avental – óptimo, estamos sempre cheios e nódas na cozinha;
Babydoll – estão-me a ver com uma coisa dessas vestidas, a mim? Lindo;
Cuecas – pode não ser muito elegante de oferecer mas fazem sempre falta;
Dedais de cerâmica pintádos à mão – era uma boa, ainda temos muito espaço na arrecadação da cave;
Estendal – ficava de reserva, faz sempre falta em casa;
Frigideira – adoramos frigideiras, anti-aderentes por favor, nós tratamos de as tornar aderentes;
Galheteiro – sempre útil, mas nunca se usa;
Harmónica – o nosso sobrinho ia adorar, os pais é que duvidamos;
Ímans para o frigorifico – lindo, tirávamos a porta de madeira do dito e era um encher deles;
Jóias falsas – adoramos jóias falsas, mais ainda se forem de plástico;
Lenços de bolso –eu uso, sou alérgico aos de papel, ao fim do primeiro pacote já tenho nariz de vinho;
Miniaturas – esta aqui é que não sei mesmo, oferecia a uma tia;
Naperons de renda – agradecemos, cá em casa é coisa que não há e estamos sempre a ouvir: ó meninos aqui ficava bem um naperon;
Ovos de porcelana pintada – para colocar sobre a lareira, da casa de algum inimigo de estimação;
Pegas – fazem sempre falta, queimamos as pegas todas;
Quadro – se vier com uma boa moldura é melhor, sempre dispersa mais a atenção;
Ralador – eléctrico por favor, dos outros já temos e vários;
Saco de pão – é bem vindo, depois enfia-se dentro de um saco de plástico;
Tachos – de preferência no Estado, dos pesados de onde nunca mais se sai;
Ursos de pelúcia – para substituir o cão que nunca tivémos, é bom;
Video do Barco Do Amor – venha ele, grande banda sonora, maravilha;
Xaile – preto, para haver fado cá em casa;
Zibelina – grande prenda, dá um brilho muito especial aos sapatos;

E aqui fica, agora é só escolherem e mandarem entregar na padaria da Didas.

Porque será que sempre que uma mulher se vê ao espelho o resultado é este ?

Logo hoje a temperatura é superior no Porto, vai haver festa


Um dos grandes traumas do pessoal do norte é sem dúvida a palavra CAPITAL.
Capital de Portugal = Lisboa, ou não será? Ou será Madrid? Ou Coimbra? Ou Porto? Ou Aveiro?
Porquê tanta gente do norte se sente mal quando se pergunta: vais à Capital?
Será pela mesma razão, que os torna profundamente infelizes, das temperaturas? Hoje para Lisboa esperamos uma temperatura de 18 graus, para o Porto 14 graus. É sempre a mesma merda, menos temperatura no norte carago, que coisa.
Capital para nós que cá moramos não é nada de fantástico, pouco ou nada temos a mais que o resto do país e muito do que temos a mais é transito medonho e duas horas de transportes até ao trabalho, esqueçam que aqui é que estão os previlégios e os cagões, ou será que querem trocar? Mas a capital é Lisboa, quer se goste ou não.
Eu que sou do sul com todos os genes vindos do norte, não entendo como um país tão pequenino pode ter um norte tão norte e um sul tão sul.
Será que não estamos todos no meio? Sim, no meio de um país sem norte nem sul?
E a capital qual é? Lisboa? Ou não devemos pronunciar a palavra capital?

No meio de todos os desejos de Feliz Natal que ouvimos a cada momento, aparece a campanha publicitária do BPI, onde o uso do cartão de crédito dá 0,10€ para um conjunto de instituições de apoio aos mais desfavorecidos.
Este anúncio na sua versão rádio, creio que não tem outra, consegue de uma forma digna despertar a atenção do ouvinte. A mensagem está lá toda mas sem caridadezinha e muito menos sem as figuras mediáticas de sorriso rasgado abraçadas a crianças. Já não se aguenta mais campanhas com as Margaridas os Ruis as Ritas e outros que mais. O modelo está esgotado, parece aquela canção de Natal de todos os anos onde um grupo de cantores que ninguém sabe muito bem quem são nem de onde saíram, gritam desalmadamente um refrão ao mesmo tempo que empurram o marmanjo que está à frente no teledisco, é preciso é ficar à frente. Também nas campanhas publicitárias se está a passar o mesmo, só falta os Ruis e as Margaridas pagarem para aparecerem nas campanhas agarrados às tais criancinhas. E deviam pagar e pagar bem, os anúncios são caros e não é todos os dias que se aparece com foto a ¾ de página nas revistas de maior tiragem.
Volto ao início, o contraste que a campanha do BPI faz neste mar de atropelos e ânsia de proveito pessoal é a prova de que a dignidade ainda existe e ainda nos toca.

(eu queria estar aqui, sempre)


Na próxima semana faz um ano que coloquei a primeira bosta, nome carinhoso que dou aos posts, aqui no RPM.
Sem ser altura de festejar nada que não seja o facto de estarmos vivos e muito menos com uma semana de antecedência quero deixar expresso o amor que me prende ao RPM.
A vontade de partilhar uma ideia, uma opinião ou simplesmente uma parvoeira que me vem à cabeça é quanto basta para comunicar e este tem sido um excelente meio. Aqui aprendi muito sobre muita coisa e aprendi muito sobre mim.
Quando substituí a psicóloga pelo RPM, o que foi um passo complicado, não acreditava que fosse possível hoje viver bem sem ela e muito bem com ele. Esta coisa faz parte de mim, contudo o meu blogue não é só meu, é de todos os que por aqui andam a deixar as suas opiniões, o que me faz sentir vivo.
Têm sido uma grande ajuda as palavras que aqui ponho, mais ainda, têm sido uma grande ajuda as palavras que vou lendo nos outros blogues do lado.
Nem sempre tem sido possível dar a atenção merecida aos ditos blogues do lado, não é por falta de vontade, é mesmo falta de tempo.
Já sou alguém na vida, já tenho um blogue, esta foi uma das frases mais engraçadas que ouvi no último ano e foi ela que me despertou para o prazer de blogar.
A Didas tem sido o motor emocional do RPM, foi ela que não me deixou desistir quando em tempos me passou pela cabeça fechar a porta. Também por isto obrigado Didas.
Agora é continuar a partilhar com todos o que me vai passando pela cabeça, e esperar que vão tendo pachorra de me ler e mais pachorra ainda para comentar, sei que não é fácil.
Ou seja, sou um chato merdoso (xôriço é com x?).

Fascinado foi como fiquei ao desfolhar o livro de Maria Fernanda Noronha da Costa e Sousa, Sabores de Goa.
A cozinha goesa é rica de sabores e por não nos ser totalmente estranha devido às influências portuguesas serve-nos de ponte para a indiana e paquistanesa.
Para os amantes recomendo aportar por aqui.
O livro, é de ler, aprender e praticar, por fim comam e digam de vossa justiça.

O espectáculo mediático chegou à política.
Será que o PR está a ser verdadeiro e igual a si próprio? Será que está a fazer jogo para ganhar?
O actual PM futuro ex-PM, qual Júlia Pinheiro, faz os comentários à conversa que teve com o Jorge Sampaio sem perceber que não está na Quinta das Celebridades.
Ainda há sociais democratas que se demarcam deste discurso infantil e perigoso, saudações democráticas para eles, outros porém alinham neste desfile de falta de ética e de política vale tudo menos tirar olhos.
O próximo passo será a TVI fazer um programa onde se comentará as tiradas do SL e as atitudes do PR.
Qual deles estará a ser verdadeiro e igual a si próprio? Quem é que estará a fazer o melhor jogo para ganhar?
Qual será o resultado da votação?

Nota: O Zé dos Plásticos que se cuide. Parabéns Didas, gente famosa é outra coisa.

E como não há uma sem duas agora é o Alberto João a estar disposto a "meter o país na ordem" ou seja "todos sabem que nós a irmos para lá é para meter tudo na ordem", palavras do artista.
Porra, ainda bem que é 6ª feira.

1 de Dezembro de 2004, feriado.
Para comemorar do 1º de Dezembro de 1640 quando mandámos os castelhanos com as couves, ou seja de volta para Madrid, ou o day after do Santana Lopes cair do pedestal?
Ambas as hipóteses me alegram muito e assim sendo nada melhor do que gritar VIVA PORTUGAL.
Por um futuro melhor.