28 junho 2004
Antecipadas já
Sem originalidade mas com convicção.
Legitimidade
(Imagem original do www.coiso.net)
Tenho muita dificuldade em aceitar como legítimos os actuais jogos de poder desencadeados pelo convite a Durão Barroso para a presidência da CE.
Vamos a votos para a Assembleia da República e o resultado é que o partido mais votado (PSD) só consegue governar com uma aliança à direita (CDS).
Vamos a votos para o Parlamento Europeu e reflexo do descontentamento com o desempenho do actual governo, damos à esquerda (PS+PCP+BE) a maioria dos nossos votos.
O Durão Barroso quer ir para Bruxelas e a guerra no interior do PSD estala e já ninguém se entende.
Será que o país é dependente de um partido, ou da legitimidade de governar reflexo de um acto eleitoral?
Eu nem votei no PSD e no seu líder Durão Barroso, mas houve quem votasse.
Sai o líder e o que fica? É legitimo o numero 2 do partido ficar a dirigir os destinos deste país? Quem votou nele e no seu projecto de governação?
Tudo somado não há legitimidade democrática que suporte tal decisão e não estou a referir-me a um congresso do PSD, mas sim a eleições antecipadas onde o tal número dois dos sociais democratas o Sr. Santana Lopes se apresente ao eleitorado com uma proposta de governo em confronto com os outros partidos.
Será que ele é capaz construir um programa eleitoral que o leve à chefia do governo? Será que o queremos a dirigir o nosso destino?
Para já não me parece legítimo outra solução que não seja a de eleições antecipadas.
Muitas vezes a legitimidade não é mais do que o suporte para decisões e arranjos que no mínimo são imorais.
25 junho 2004
Silêncio
As palavras escorrem pelas mesas. A tasca está imunda e o cheiro a vinho é uma bênção, antes a vinho que ao lixo de palavras.
Elas andam no ar, chocam com as ideias e reflectem a sua luz no tecto amarelado pelo fumo dos cigarros.
Contraditórias e ambíguas, nunca nos dizem o mesmo.
Da palavra liberdade sabemos a mentira da sua origem. Mentira que corre como o vinho no ar, que nos enche a barriga de ilusões, que nos ilude da liberdade.
A tasca está cheia de fumo. Ou serão as caras que negras de suor e pó ficam como as palavras? Estão mortas. Caras carregadas de sulcos fundos e tristes, onde não se descobre a idade.
Um girasol ao fundo do balcão irradia luz. Os olhos enfiados nas caras, baços de cansaço e ébrios de palavras não se mexem.
Devagar todos vão saindo, e o ruído cresce à minha volta.
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Elas andam no ar, chocam com as ideias e reflectem a sua luz no tecto amarelado pelo fumo dos cigarros.
Contraditórias e ambíguas, nunca nos dizem o mesmo.
Da palavra liberdade sabemos a mentira da sua origem. Mentira que corre como o vinho no ar, que nos enche a barriga de ilusões, que nos ilude da liberdade.
A tasca está cheia de fumo. Ou serão as caras que negras de suor e pó ficam como as palavras? Estão mortas. Caras carregadas de sulcos fundos e tristes, onde não se descobre a idade.
Um girasol ao fundo do balcão irradia luz. Os olhos enfiados nas caras, baços de cansaço e ébrios de palavras não se mexem.
Devagar todos vão saindo, e o ruído cresce à minha volta.
24 junho 2004
Esta é a Força da Terceira Geração
Parabéns à BBDO pelo anúncio para televisaõ dos telemóveis de 3 geração da Optimus.
Todo feitinho em Portugal, na zona da Manta Rota com a participação de uma equipa de mais de 50 pessoas e uma baleia virtual. Está simplesmente lindo.
Segundo o anunciante, é visível em todo o spot que apenas com telemóveis 3G [terceira geração] e força de vontade podemos formar uma corrente humana de solidariedade à volta de uma causa.
Não será bem asssim mas continuo a gostar muito
22 junho 2004
Vazio
Estou a ficar preocupado por não estar preocupado com qualquer coisa que me preocupe.
Esta preocupação tem vindo a conquistar neurónios desde há duas semanas, ou seja quando começou o euro de futebol.
Pouco, ou nada mesmo se passou que me preocupasse desde essa data.
A falta da dita preocupação tem a capacidade de desmobilizar por completo a minha massa encefálica.
Eu explico. Como não há estímulo os ditos não se mexem, como não se mexem deixam de ter capacidade de observar o que me rodeia, com essa incapacidade fico perdido num mar de letras que não fazem qualquer sentido e que teimam em não se agrupar em palavras.
Devido à minha falta de queda para abordar temas que não me preocupem fico sem o tal impulso.
Já tentei fazer um post sobre futebol ou sobre a selecção, mas não consegui, ou por falta de habilidade ou simplesmente por me estar a borrifar para isso, não consegui.
Já tentei fazer um post sobre sexo e as suas variantes, e não consegui. Gosto mesmo é de praticar, não consigo tirar prazer em falar ou escrever sobre esta nobre matéria, mas eu tentei, até porque alivia a tensão quando se entra num blog e até dá para colocar umas fotos giraças.
Agora arrasto o lápis penosamente sobre uma folha branca, à procura de duas letras seguidas que façam sentido. Mas estou vazio.
È tempo de içar bandeiras que o próximo jogo é já na 5ª Feira.
Ora aqui está uma coisa que me preocupa, esta invasão de verde, vermelho e amarelo.
Eu sou português mas não sou republicano, gosto mesmo é do branco e azul.
Ok não liguem, o joguinho é já depois de amanhã e como sempre eu sou um chato.
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Esta preocupação tem vindo a conquistar neurónios desde há duas semanas, ou seja quando começou o euro de futebol.
Pouco, ou nada mesmo se passou que me preocupasse desde essa data.
A falta da dita preocupação tem a capacidade de desmobilizar por completo a minha massa encefálica.
Eu explico. Como não há estímulo os ditos não se mexem, como não se mexem deixam de ter capacidade de observar o que me rodeia, com essa incapacidade fico perdido num mar de letras que não fazem qualquer sentido e que teimam em não se agrupar em palavras.
Devido à minha falta de queda para abordar temas que não me preocupem fico sem o tal impulso.
Já tentei fazer um post sobre futebol ou sobre a selecção, mas não consegui, ou por falta de habilidade ou simplesmente por me estar a borrifar para isso, não consegui.
Já tentei fazer um post sobre sexo e as suas variantes, e não consegui. Gosto mesmo é de praticar, não consigo tirar prazer em falar ou escrever sobre esta nobre matéria, mas eu tentei, até porque alivia a tensão quando se entra num blog e até dá para colocar umas fotos giraças.
Agora arrasto o lápis penosamente sobre uma folha branca, à procura de duas letras seguidas que façam sentido. Mas estou vazio.
È tempo de içar bandeiras que o próximo jogo é já na 5ª Feira.
Ora aqui está uma coisa que me preocupa, esta invasão de verde, vermelho e amarelo.
Eu sou português mas não sou republicano, gosto mesmo é do branco e azul.
Ok não liguem, o joguinho é já depois de amanhã e como sempre eu sou um chato.
17 junho 2004
Por telefono?
A propósito dos últimos posts da Didas em que se abordava o canal 18 nas suas diversas e culturais vertentes, veio-me à memória um episódio que se passou com uma colega de trabalho, que também tem a opinião que falar castelhano para nós portugueses é fácil, passa por colocar um Los antes de tudo o que se diz e dar uma entoação à Tony Silva.
Durante uma conversa com um espanhol que se estava a mostrar atrevido no diálogo extra laboral, a minha colega diz ao homem qualquer coisa como isto:
- Ramon que não me digas isso,
(tudo em português mas com o tal sotaque e entoação, o que resultou mais ou menos assim: Rammon que nô me digassssss issssoo)
Entretanto o homem continuava a atacar do outro lado ao que ela repetiu a frase mas mais completa:
- Ramon que nô me digassssss issssoo que ficoooo embaraççççadaaaaa.
Logo de seguida ele perguntou-lhe : Por telefono? Como és posible?
16 junho 2004
Bandeiras levantadas
Ao contrário do que parece nestes dias de Junho 2004 o Portugal real não é só futebol.
Bandeiras desfraldadas ao vento, muita esperança e muita fé que vamos ganhar o campeonato. Muita festa que os tempos são de reaprender a ter orgulho na pátria.
Algumas bandeiras deviam ser levantadas hoje em Setúbal.
Três mulheres vão ser julgadas pela prática de aborto em mais um processo que nos vai marcar como portugueses (orgulhosos?) deste país de futebol e ostentação.
Até quando a hipocrisia e o cínismo deste governo vai continuar?
É uma vergonha.
14 junho 2004
Talvez amanhã
Há dias assim, em que nos perdemos a olhar o fumo do cigarro a subir no ar.
Amanhã estou de volta.
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Amanhã estou de volta.
13 junho 2004
Cidade do Conhecimento
Cidade do Conhecimento, Coimbra.
Ponte da Portela, nova ponte sobre o Mondego.
Será que não podiam fazer a dita obra com a dimensão suficiente para ser utilizada por todos os veículos? camiões e tudo?
Já agora, cidade do conhecimento? porquê? tem a ver com a cidade que é muito conhecida ou com as pessoas que abarcam muito conhecimento?
É que se tem a ver com a cidade eu não entendo, se tem a ver com as pessoas também não entendo. Haverá mais neurónio por metro quadrado em Coimbra do que no resto do país?
Sempre que passo no auto-estrada e vejo a placa não resisto, sai vénia.
11 junho 2004
Nós
Estamos a viver um período difícil como portugueses.
Acompanhar o ritmo de crescimento dos países mais desenvolvidos tem sido para Portugal, como colectivo, um quebra-cabeças. As constantes tentativas que são feitas para fazer sair este país do seu estado de letargia levam-me a pensar na sua ineficácia e na sua desnecessária existência.
É impossível fazer melhor, temos que exigir sermos aceites como somos. Baldas, desinteressados, negligentes, atrasados, poéticos, permissivos, agradecidos, doces, deslumbrados, espertos, ingénuos e tudo o mais que nos caracteriza.
Gostamos de ser assim, faz parte de nós e estas coisas não se alteram por decreto ou subsídio da CEE.
Mais, para quê mudar se somos felizes assim? quem não gosta não come.
Quem nos achar atrasados deve é imitar-nos.
Olhem para nós! Somos felizes!
É quase verão, o sol aquece, as praias são óptimas a comida é boa, as pessoas são umas porreiras, que mais querem de nós? Nós temos tudo.Temos um país maravilhoso de que nos podemos orgulhar, com um passado glorioso e que já não precisa de respostas para nada.
Um atraso de duas horas e meia numa viagem de comboio que tem a duração de duas horas, o que é isso? É normal..
O que se vai fazer quando a euforia do Euro acabar? Não é importante saber, agora importa é tapar as fachadas dos edíficios degradados para que os turistas não vejam.
Somos um povo feliz, temos a obrigação de mostrar ao mundo que são desnecessárias outras preocupações para além das que fazem de nós um exemplo de sucesso.
Só há uma coisa de que não gosto, andamos sempre a dizer mal de tudo e de todos, até eu que tinha prometido ser mais optimista e positivo.
07 junho 2004
Sex & drugs & rock’n’roll
Quem é que me havia de telefonar hoje? o Mário Dias. Sim, o Mário das grandes noites de insónia e de conversa.
Depois de desligar fiquei a pensar como a amizade resiste ao afastamento, e logo de seguida passou pelos meus olhos a sua cara toda torcida quando debitava a sua grande máxima de vida: Sex & drugs & rock’n’roll mas uma coisa de cada vez que o corpinho já não aguenta tudo junto.
A minha homenagem a ti e à nossa amizade.
Hoje há conquilhas,
Este fim de semana foi intenso, repleto de novidades. Ao contrário do que regra geral acontece estas foram positivas.
O que de início parecia quase mau passou a ser bom devido a uma postura mais positiva da minha parte, o que não é prática comum.
As vezes pequenas lições de vida chegam de onde menos se espera, só temos mesmo de estar com o caração aberto para as receber e agradecer a quem nos dá o previlégio de olhar para nós.
A linha que separa o espírito crítico do azedume é muito ténue. Nem sempre é fácil distinguir o que é o quê.
A nossa vida, como a de todos, marca a nossa forma de ver o mundo de agir em relação a qualquer acontecimento. Muitas vezes o entusiamo e positivismo que nos inspira um determinado acontecimento pode ser simplesmente uma forma de contornar algo de que menos gostamos, como tambem o espírito crítico corrosivo pode ser simplesmente uma forma da pessoa se revoltar contra outra situação que nada tem a ver.
Que complexos somos todos nós. Nada do que somos transparece assim com o estalar dos dedos. Muitas vezes é preciso ir fundo, para trás nas nossas vidas para se entender o porquê de um comentário ou de uma reacção.
Esta é a grande diferença entre cada um de nós e este o grande desafio. Só mesmo a tolerância o respeito e o amor nos podem ajuda a ser melhores pessoas.
Este fim de semana foi bom. E depois há coisas que não se conseguem explicar.
04 junho 2004
Hoje não há conquilhas, amanhã não sabemos
Talvez amanhã.
Fiquem bem.
02 junho 2004
Hoje há conquilhas, amanhã não sabemos
Hoje não há bost, o bost é um cruzamento de bosta com post.
Razão? fui à psicologa falar um bocado.
Eu sei que sou um chato mas com o dinheiro que lhe pago ela tem de me ouvir, e mais, ainda tem de me responder.
Não se incomodem que eu volto amanhã.
Fiquem bem.
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Razão? fui à psicologa falar um bocado.
Eu sei que sou um chato mas com o dinheiro que lhe pago ela tem de me ouvir, e mais, ainda tem de me responder.
Não se incomodem que eu volto amanhã.
Fiquem bem.
01 junho 2004
O Sexo e o Euro
O Euro de futebol pelo que dizem os especialistas vai trazer até nós milhares e milhares de turistas.
Segundo estudos já feitos, durante o dia irão ver os jogos e à noite aliviar a tensão, ou o tesão e ir às putas.
Vamos ser invadidos por amantes de futebol e putas, tanto quanto se espera.
Os estádios onde vão acontecer os jogos já estão construídos e custaram a este nobre povo uma pipa de massa.
Na área do lazer também já se investe, há empresários a contratar mais “material” como nos informou o grande Vilhena na revista do CM do passado domingo, e até folhetos publicitários em estrangeiro para distribuir por locais estratégicos estão a ser feitos.
Ainda bem que ao menos este negócio está florescente.
Temos de rentabilizar também neste campo a invasão dos bárbaros, ou não?
Em nome de um país de tanga que se vai ver aflitinho para pagar os estádios e tudo o mais que envolve o acontecimento sugiro que se legalize essa nobre arte.
O IVA até pode ser reduzido como em alguns medicamentos, mas sempre dava para ajudar a endireitar as finanças.
Portugal precisa de ter proveito com o Euro e com tudo o mais que lhe está associado.
Mais, já que com o preço a que os bilhetes estão, nós residentes, não podemos ir à bola e depois às putas temos de nos revoltar. É triste constactar mas ou bola ou putas, para as duas coisas já não temos orçamento.
Eu sei que esta proposta é completamente irrealista, então os filhos da puta que fazem as leis não pagam e iam por as mães a pagar?
Nota: Desculpem mas não arranjei nenhuma foto de um estádio de futebol.